Postado por Dear Lê , sábado, 25 de junho de 2011 01:36


Ok, após tomar uns 4 copos de vinho eu decidi vir aqui e falar sobre a Iara.
Depois da minha sessão com a psicóloga e da conversa com a Isa querida, acho que devo pra mim escrever sobre.
Minhas palavras sobre ela ultimamente, tem sido mecânicas, sempre a mesma coisa, não sentindo o que eu falo.
Lembro que quando me contaram to acontecimento, eu dei um grito, iria cair no chão se meu pai não me segurasse. Esse é um dos momentos (senão o maior) piores da minha vida - quem me conhece sabe que já tive alguns. Lembro que depois disso era saber se a Tia Silvia estava bem e o que eu poderia fazer pra ajudar, mas no momento eu não podia, pois ela me culpava pelo ocorrido, totalmente compreensível, pois sempre fui comparsa na vida da Iara - nós eramos a dupla. E lembro como eu não aceitava que o Tio Neco tivesse experenciado aquela situação, sempre foi meu tio mais próximo, que eu admiro. Simplesmente ele não merecia. Nenhum da família "ibluch" merecia.

A Iara, eu conheço ela há 20 anos e meio, literalmente, 19 anos e 22 dias.
Lembro que no velório eu queria saber se todos estavam bem, lembro da Tia Pingo me cobrando (era umas 15 ou 16 horas) o por que eu não estava ao lado da Gra pois eu tinha prometido cuidar dela (não prometi), mas sempre é um prazer protegê-la. Sei que só sabia fazer piadas. A Tati até falou pra Isa que eu tava segurando bem, chorei e tava piadística, isso no meu caso (recém descobri) não é a melhor coisa. Mas esse momento triste, apesar de lembrar mínimos detalhes, não vem ao caso, e nunca vale a pena lembrar.
A Iara, a Lala, ou como minha mãe a chamava (e eu de vez em quando) Iaia era praticamente uma outra parte de mim, hoje como nunca, percebo o quanto nós tinhamos de semelhante. Ela era um pedaço da minha vida. Era a irmã que eu nunca tive - se é que vocês me entendem - e ao mesmo tempo sempre quis ser uma irmã pra ela (ela tinha irmãos). Pero, nos amavámos, e muito.
Na realidade eu ainda não acredito que tudo isso aconteceu, lembro do dia seguinte (o dia 13 - talvez seja o número do azar =P) como era inacredítavel aquela situação, acho que aquele dia foi o único pequeno momento que consegui me abrir (com a Jubis) e consegui sofrer, em todo esses quase 7 meses - é 7 meses. Um dia que da pra se chamar de "uma cena perfeita para um grande filme - de tão dramático". Eu ainda não consigo não fazer piadas.
Eu já falei que realmente amava ela, e realmente eu amava, o tanto que na minha cabeça (como ainda não caiu a ficha) a idéia da Iara ter morrido já desabou com a minha vida, logo, porque eu não sei viver sem ela. Tenho medo de quando cair.
Ela pra mim, era a idéia (idealização mesmo) do pra sempre, como a mesma teria prometido. Era o único porto seguro do meu futuro, era por ela que eu viraria uma 'tia', e ela adorava ser tia.

Percebam como eu estou desabafando, mas não consigo falar o que eu sentia (sinto) realmente. Porque é muito díficil, talvez seja de eu não acreditar ainda. Ela ainda está ali, a 7 quadras de mim.

Mas falarei. Concordemos, se nos lembrarmos dela, ouviremos aquela gostosa risada, capaz (sem emotividades) de deixar-nos com alto astral, aquela "vibe" boa. No mesmo dia, ela me falou que eu era a pessoa que ela mais amava no mundo e que mais conhecia ela. Adoro saber disso, mas, com absoluta certeza, ela amava mais a sua família, e talvez eu a conhecesse (acredito), infelizmente não o suficiente.
Lembro de uma vez que ela dormiu aqui 4 dias seguidos, se não me engano, e cara, como nós brigamos, foi a primeira vez que eu senti o que era ter uma irmã, foi bom. Nós éramos tão parecidas, mas totalmente opostas, por isso dava certo. Porra né, mais de década de união, tem que significar algo.
Eu ainda estou enrolando, logo, não estou preparada. Acho que fica pra próxima "auto-análise".
Mas fique claro que meu 'post' anterior era verdade, meu mundo ta um caos, e quer dizer que ela teve grande impacto na minha vida, isso é bom (digo que é bom porque foi né!?!). E ainda não entendo como o mundo pode continuar. O meu parou.

Como ela botou sobre mim no blog dela, e eu botei no meu facebook depois que eu li:

"Única, em varios sentidos.
E ao mesmo tempo em só um"


Eu simplesmente a amo tanto, e é de tanto amar.